Exercício de observação

Exercício realizado na área das mangueiras, em frente ao bloco 951, no Campus do Pici, das 15h10 às 15h40.

Logo ao chegar, uma das primeiras coisas que percebo é a espessura de uma das mangueiras. Sempre passo por ali, mas nunca havia reparado quão largo era o caule daquela árvore. Ela deve ter muitos anos. O silêncio quebrado pelo som de uma moto ao longe me faz lembrar da cidade de interior em que vive um tio.

Me sento. Há um caminhão parado na via próxima, o caminhoneiro dentro, pensativo ou entediado, aguarda o tempo. Dois guardas conversam ao longe. Pelo tom de voz, parecem alegres. Um outro caminhão passa na via, seu motor ronca pesadamente, dando-me a impressão de muita carga sendo ali transportada. Em seguida, um carro de luxo, preto, vidros escuros fechados. Imagino um motorista sério, seguindo para um compromisso.

Um pássaro pia sobre alguma das mangueiras, combina com a tranquilidade do local. O caminhoneiro que estava parado recebe uma ligação, em seguida dá partida no veículo e segue. Um dos guardas, agora sem seu companheiro, anda cabisbaixo. Assim deve ser a maior parte de seu dia. Como é importante darmos um "boa tarde" para alegrar alguém.

Uns poucos estudantes, aqui e ali, andam despreocupados, maior parte sozinhos. Devem ter saído de aula há pouco. Uma estudante abraça amigavelmente o guarda que havia ficado só! Tornaram-se amigos de algum tempo, penso. Agora os estudantes estão em pequenos grupos.

Dois casais próximos conversam felizes. Sinto-me intruso em observá-los e prefiro procurar algo diferente para descrever. Na via passam alguns carros, vidros abertos ou semi-abertos. Quanto mais baixos estão os vidros, mais bem de espírito parecem os passageiros. Um carro para para que uma estudante possa atravessar a via. Imagino o perfil de um motorista respeitoso às leis. Em seguida, o mesmo motorista começa a conversar com a estudante. Deviam ser amigos.

Um Citroën Picasso me faz lembrar minha interpretação para o nome do carro. Por ter quatro grandes janelas laterais, olhando-o de lado tem-se a impressão de estar vendo também a frente e a traseira, conceito básico do cubismo de Picasso.

Artur, ao meu lado, parece muito mais concentrado que eu na tarefa. Quase completos os trinta minutos do exercício, noto que estou mais observando fatos que interpretando-os. Quando estou pouco reflexivo sobre o que me cerca, estou ansioso sobre alguma outra coisa em específico, se me conheço bem.

Mapa conceitual de Semiótica

Construído a partir da leitura das páginas 1 - 7 do Cap. 1 de "Semiótica Aplicada" (Santaella).

Um símbolo

É incrível a capacidade que uma marca tem de carregar um significado certas vezes até mais abrangente que o real. Algumas pessoas menos entendidas sobre tecnologia costumam confundir o ícone do Internet Explorer, da Microsoft, com a própria internet. Eu mesmo conheço pessoas que não entendem bem o conceito de navegador, e acham estranho acessar a internet no celular clicando no "O" vermelho (ícone do Opera).

O que é Semiótica

Após pesquisa simples, concluí que a Semiótica estuda o significado que as coisas (com "as coisas" quero dizer "tudo") têm para pessoas. Seja um gesto, uma imagem, um acontecimento, um aroma ou qualquer fenômeno que gere interpretação por parte de um indivíduo, este fenômeno é objeto de estudo da Semiótica.